Materia Medica de A a Z

Atropa mandragora - Planta pertencente à família das Solanaceae, nativa do Mediterrâneo, descoberta pelo botânico Bulliard. Erva de caule muito curto, emite uma roseta de folhas, de cujo centro se alteiam as hastes das flores, de cor entre o violeta e o azul. A raiz principal frequentemente se bifurca e, sendo grossa e carnuda, assemelha-se a duas coxas. "Mandrágora não tem o seu nome em função da forma humana que a raiz da planta às vezes tem, mas sim do nome como era conhecida pelos gregos, Mandragora, e que significa prejudicial para bovinos. Na lenda e poesia Mandrágora aparece frequentemente. Supõe-se ser a "raiz da Loucura" falada por Macbeth, e é citada em "Antônio e Cleópatra" e "Romeu e Julieta".

As raízes e os frutos contêm altas concentrações de alcaloides tropânicos (atropina, hiosciamina, mandragorina, escopolamina). A hiosciamina é o principal componente, seguida pela escopolamina e atropina na proporção de 18 : 2,5 : 1. Os alcaloides tropânicos têm fortes efeitos depressivos psicodélicos e parassimpáticos. Eles produzem atividade de ondas cerebrais alfa, semelhante à encontrada no sono REM, ou estado de sonho.

Mandrágora não deve ser confundida com Podophyllum (Podo), que é também chamada de "Mandrágora", como também com a Bryonia dioica (Bry)*. (J.H.Clarke). Tem propriedades e efeitos semelhantes à Belladonna (Bell) de quem é parente botânica muito próxima. Embora a mandrágora seja popularmente conhecida por sua raiz em forma humana, o preparo do remédio homeopático é feito com a tintura da planta sem ela **.

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* Referência a Inglaterra.

** Na descrição da experimentação por Mezger em 1951, a tintura-mãe foi preparada a partir da raiz da planta. Raeside conduziu nova experimentação em 1963-64. Não parece haver diferença entre as preparações (Whitmont).