Materia Medica de A a Z

Planta pertencente à família das Araliaceae. É natural da Europa Central e Ocidental. É uma trepadeira, escandente ou prostrada, com o caule atingindo até 30 m, com ramos lenhosos, muito longos, delgados e flexíveis que se elevam, apoiando-se noutras plantas, por meio de raízes laterais aéreas. As folhas são simples, persistentes, verde-escuras, brilhantes, coriáceas, alternas, lobuladas ou cordadas na fase juvenil a inteiras quando adultas. As inflorescências são pequenas umbelas esféricas com 6 a 8 raios curtos todos num só plano. Os frutos são bagas globulares de 6 - 8 mm. J.H.Clarke em seu Dicionário de Matéria Médica Prática faz referência a possibilidade de duas formas de crescimento desta planta na descrição de Rhus tox (Rhus-t) e Rhus r (Rhus-r). A ingestão das folhas e frutos causa náuseas, vômitos, salivação excessiva, dor abdominal, diarreia, problemas respiratórios e neurológicos. O contato com a seiva causa dermatite alérgica com formação de edema local, dor e eritema com lesões vesiculosas. Prepara-se a tintura Ø com os brotos jovens.

Uma experimentação patogenésica feita por Júlio Mezger em 1932 demonstrou uma forte relação com a tireóide, produzindo-se sintomas de hipotireoidismo. Análises químicas revelaram que as folhas da planta na época da floração contém Iodo, embora somente traços foram encontrados em folhas jovens e Vermeulen descreve em sua "Synoptic Materia medica" interessantes semelhanças entre a curva sazonal da produção do hormônio da tireóide e da quantidade de Iodo na planta. Outra curiosidade que o autor aponta é em relação à cor azul-preta dos frutos em comparação com a cor preta do Iodo em estado sólido, e violeta em estado gasoso. O Iodo não apresenta uma fase líquida intermediária; passa diretamente do estado sólido para o gasoso, ou vice-versa. Além disso, a especial relação de Hedera helix com a escuridão e a luz e a mudança de forma de suas folhas guardam muitos segredos. Ver descrição do Iodo (Iod).