Materia Medica de A a Z
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sulphur lotum (sulph)
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SULPHUR LOTUM (sulph) "Nos principais medicamentos, daremos a patogenesia, como foi apresentada por Hahnemann. O que aí está, é apenas reprodução do que já foi dito. Em Homeopatia, não existem novidades. Já se chegou à fase positiva da questão. A classificação botânica é tirada da Matéria Médica Vegetabilis de E.F.Steinmetz. Utilização dos pontos medicamentosos de Weihe, que são elementos preciosos para uma indicação completa. Têm o valor de sintomas característicos. - Nilo Cairo" (Enxôfre) Sinonímia: Flores sulphuris, Sulphur depuratum, S. lotum e S. sublimatum lotum. Quando, no curso do tratamento de uma moléstia qualquer, especialmente aguda, os remédios mais bem escolhidos não conseguirem melhorá-la, dá-se SULPHUR. "Muito poucas são as moléstias crônicas, em que o tratamento não possa ser vantajosamente começado por algumas doses ou um curto uso de SULPHUR. Mas raramente êle cura sozinho. Se fôr continuado, então, além de uma ou duas semanas, as melhoras estacionam e mesmo retrogradam; é preciso, pois, fazê-lo seguir por outro remédio". (DR. HUGUES). É o rei dos antipsóricos. Ardores nas moléstias crônicas; olhos ardentes, boca ardente, reto ardente, sola dos pés ardentes. Orifícios do corpo muito vermelhos. Fezes grossas, duras, secas, dolorosas; ânus escoriado. Prisão de ventre. Hemorróidas. Moléstias do fígado devidas às hemorróidas. Marasmo infantil: criança com cara de velho. Bom remédio para começar o tratamento da enurese noturna das crianças; e para terminar o da pneumonia e o da pleuris. Um dos nossos mais poderosos reabsorventes em todas as formas de exsudação inflamatória. Depois de moléstia aguda, em qualquer órgão. Em moléstias do aparelho respiratório, pulso mais rápido pela manhã do que à tarde. Em moléstias do coração [ARSENICUM (Ars)]. Um importante remédio da asma dos artrítico, com afecções cutâneas. Diarreia matutina, obrigando a saltar da cama mui»o cedo. Disenteria crônica. Disenteria flatulenta dos bebedores; pronta saciedade bebe muito e come pouco. Repugnância pelo leite fraqueza e vazio do estômago pela manhã. Sono de gato: o mais insignificante ruído desperta e é difícil dormir de novo. Sonhos vivos. Fala e move-se dormindo. Alucinações do olfato. Erupções papulosas e voluptuosamente pruriginosas, quanto mais coça, mais arde; pior com o calor da cama, e com o lavar-se. Não pode suportar estar de pé. Aversão ao banho. Pele seca e escamosa. Secura do couro cabeludo; queda dos cabelos. Cabeça quente e pés frios e vice-versa. Tuberculose dos artríticos, no 2.° período (30.ª e 200.ª), uma dose por dia. Moléstias que reincidam continuamente. Furúnculos. Leucorréia. Reumatismo. Um bom remédio dos casos crônicos. Período de depressão e estupor da Meningite. É o remédio mais útil para a hidrocefalia. Oftalmia escrofulosa ou devida a corpo estranho. Úlceras rebeldes; um dos melhores remédios das velhas úlceras das pernas. Um bom remédio geral da acne. Grande remédio da febre aftosa. Ponto de Weihe: — Meio do 1/3 ext. da linha que vai do umbigo ao ponto de CARBO VEG. (Carb-v) Dose: 5.ª à 200.ª, 500.ª, 1.000.ª e 10.000.ª. A 30.ª é a mais usual. Nas moléstias crônicas em geral, a 200.ª é boa; nas erupções tórpidas da 5.ª à 12.ª. Na 3.ªx é um preventivo da varíola. Umas poucas doses deste remédio tomadas na primavera tendem a conservar a boa saúde. D2, D3, D6, D12 e D30 coloidais. USO EXTERNO. — Sarna, eczema e crosta láctea.
PatogenesiaAção geral: Rei dos antipsóricos de Hahnemann. É o medicamento que completa a ação do medicamento semelhante, e que a psora não deixou agir. É o medicamento do fim das moléstias, nas quais os doentes tardam a ter sua convalescença. NEBEL, de Lausanne, diz que SULPHUR é o antídoto geral, ele traz para a superfície, no caso, a pele, todas as moléstias internas (centrífugo). Indicado nos corrimentos mucosos fétidos, mal cheirosos e escoriantes. Todas as eliminações orgânicas são quentes e corrosivas. Ele age no tecido linfóide, inflama e hipertrofia os gânglios. No aparelho circulatório determina perturbações congestivas, quer ativas quer passivas. Sobre as paredes das veias age, tornando-as flácidas. É o remédio das varizes e hemorróidas. Provoca uma congestão no sistema nervoso. Há uma espécie de euforia patológica, com delírio de grandeza, egoísmo absoluto e chega a imaginar que os trapos são vestes luxuosíssimas. O sono de SULPHUR é o "sono do gato". É indicado no pequeno escrofuloso e raquítico, que tem cara de velho. Há uma assimilação defeituosa, com inércia e relaxamento das fibras, segundo ESPANET. Grande poder de absorção ao nível das inflamações serosas. Tecidos com falta de vitalidade e tendência à supuração. Constituição e tipo: Pessoas magras, arqueadas, com andar de velho. Quando sentadas, sempre irrequietas. Pacientes sujos, com mau cheiro e secreções extremamente fétidas. No meio de um corpo magro, surge um abdome distendido com borborigmos e dores ardentes. Pele rugosa, espessa e sujeita a erupções várias. Sistema piloso rude e grosseiro. Alcoólatra inveterado. A criança tem aspecto de velho. Corpo magro, com pele flácida e enrugada de cor amarelada, malsã, com enorme ventre distendido. A cabeça é volumosa e ai é local de abundantes transpirações durante o sono. Apesar de o doente de SULPHUR ser sujo, ele é hipersensível aos maus cheiros. Apenas não se sente. Sensações particulares: 1.° Sensação de calor. Tudo em SULPHUR é quente. 2.° Enquanto uma parte se torna quente, outras partes do corpo dão sensação de frio. Modalidades: Lateralidade: esquerda. Agravação: pelo calor do leito, no leito, pelo repouso, pelo sono, pela água, banhos, de manhã ou por volta de 11 horas, depois das refeições; periodicamente; por estimulantes alcoólicos, ao ar livre e pelo frio. Melhora: pelo tempo seco e quente, deitando-se sobre o lado direito, por fricções e deitando-se sobre o membro doente. Sintomas mentais: nervoso, vivamente impressionado e logo acalmado. Debilidade mental. Fraqueza da memória. Confusão de espírito e tristeza. Egoísmo. Imaginações fantásticas. Sono: mau. Agitado e excitado. Entrecortado de pesadelos angustiosos. Acorda às 3 ou 4 horas da manhã e não pode mais dormir. Sensação de calor na planta dos pés, que o obriga a descer da cama para refrescá-los. Cabeça: Hiperestesia do couro cabelo. Os cabelos são secos e caem. Descamações, prurido intenso, com sensação de calor. Calor constante na cabeça e pés frios. Dor de cabeça congestiva, com obscurecimento da vista, náuseas e vômitos. Dor de cabeça aos domingos, nos trabalhadores. Vertigens freqüentes. Olhos: qualquer golpe de ar provoca conjuntivites. Rubor do bordo ciliar das pálpebras. Queratite. Perturbações visuais. Sensação de calor. Orelhas: Otite crônica com corrimento purulento. Surdez em seguida a gripes freqüentes. Barulho nos ouvidos, principalmente de tarde e ao deitar-se, com afluxo de sangue aos ouvidos e à cabeça. Face: amarelada e doentia. Espinhas e acne. tivessem recebido batom. Baforadas de calor com suores, e face vermelha. Cabeça ardente. Aparelho digestivo, boca: aftas. Mau hálito após as refeições, com gosto amargo matinal. Língua branca no centro, mas vermelha na ponta e nas margens. Apetite e sede: grande desejo de açucarados, doces. Repugnância pela carne. Muita sede e bebe água toda hora, em grande quantidade. Sensação de fraqueza na boca do estômago, pelas 11 horas da manhã. Estômago: dispepsia que nada digere, apenas os alimentos leves. Sente que vai morrer de fome, uma hora antes de alimentar-se. Sensação de peso após alimentar-se. Abdome: ventre distendido, sensível e doloroso. Extrema flatulência, com borborigmos, eructações e emissão de gases. Pletora abdominal. Sensação de recepção, tensão e plenitude. Constipação e hemorróidas. Cólicas ardentes. Sensação como se houvesse alguma coisa viva no abdome. Reto e evacuações: ânus avermelhado. Diarréia matutina, das 5 às 6 horas da manhã, indolor, mas imperiosa, obrigando o doente a sair do leito. Constipação crônica, nos hemorroidários hipocondríacos e mulheres grávidas. Alternância de diarréia com perturbações cutâneas. Aparelho urinário: catarro vesical. Rubor, calor e descamações do meato urinário. Órgãos genitais, masculinos: frigidez, perdas seminais involuntárias, ardência na uretra ao urinar e após a micção, durante algum tempo. Femininos: erupção ao redor dos grandes lábios, com transpiração fétida. Ardência vaginal. Regras apresentando inúmeras variações, quer adiantadas, quer atrasadas. Leucorréia amarela, abundante, ardente e escoriante. Baforadas de calor, na menopausa. Náuseas durante a gestação. Aparelho circulatório: Processos congestivos ativos e passivos. Aparelho respiratório: Nariz: ao menor ar frio, coriza. Epistaxes freqüentes pela manhã. Brônquios e pulmões: dispnéia e grande afluxo sanguíneo. Sensação de calor no peito, que vai até ao rosto. Tosse seca e breve. Sensação de picadas na parte superior esquerda do peito, irradiando-se para o dorso e para a omoplata esquerda. Exsudações pleurais, no fim dos processos. Dorso e extremidades: anda curvado para a frente. Lumbago. Transpiração abundante e fétida nas axilas, pela menor emoção. Sensação de tremores nas mãos ao escrever. Cãibras nas plantas dos pés, à noite. Calor na planta dos pés, à noite. Reumatismo crônico. Gota. Pele: Rugosa e malsã. Mau cheiro da pele. Suores locais ou gerais. Tem propriedade de exteriorizar os males internos. Febre: Pele seca e com grande sede. Suores ácidos e fétidos, com baforadas de calor no rosto e tremores em todo o corpo. Complementares: ACON. (Acon), ARS. (Ars), Aloe (Aloe), BADIAGA (Bad), NUX VOM. (Nux-v) e PSOR. (Psor) Remédios que lhe seguem bem: AESCUL. HIP. (Aesc), ACON. (Acon), ALUM. (Alum), APIS (Apis), ARSENIC. (Ars), BEL. (Bell), BRYON. (Bry), BARIT. CARB. (Bar-c), BERB. (Berb), BORAX (Bor), CALC. (Calc), CARBO VEG. (Carb-v), EUPHRAS. (Euphr), GRAPH. (Graph), GUAIAC. (Guaj), KALI CARB. (Kali-c), MERC. (Merc), NIT. ACID. (Nit-ac), NUX (Nux-v), PHOSPHORUS (Phos), PULSAT. (Puls), PODOPH. (Podo), RHUS (Rhus-t), SARS. (Sars), SEPIA (Sep) e SAMBUCUS (Samb). Inimigos: SULPHUR segue LYCOP. (Lyc), mas LYCOP. (Lyc) não segue SULPHUR (KENT.). RANUNC. BULB. (Ran-b) Antídotos: ACON. (Acon), CAMPHORA (Camph), ARS. (Ars), CHAM. (Cham), CHINA (Chin), CON. (Conium), CAUST. (Caust), NUX (Nux-v), MERC. (Merc), PULS. (Puls), RHUS (Rhus-t), SEP. (Sep) e SILICEA (Sil). Duração: 40 a 60 dias. Dose: 3.ª, 6.ª, 12.ª, 30.ª, 100.ª, 200.ª, 500.ª, 1.000.ª e 10.000.ª. D2, D3, D6 e D30 coloidais. |